Motoristas de ônibus são obrigados a usar fraldas em Seattle, nos Estados Unidos

Passar muitas horas no trânsito, sem poder dar uma fugidinha para fazer xixi quando a necessidade aperta: esta é a realidade de vários motoristas de ônibus de Seattle, nos Estados Unidos. Para tentar contornar o problema, os profissionais chegam a usar fraldas geriátricas e carregar garrafas nos ônibus para urinar.

De acordo com o Seattle Times, os banheiros para os motoristas não ficam abertos durante todo o horário de expediente e algumas rotas não possuem banheiros próximos aos pontos de ônibus, além de o tempo de descanso entre as viagens ser muito curto - especialmente por conta das complicações e atrasos causados por engarrafamentos. O Departamento de Trabalho e Indústria da cidade denunciou que motoristas ainda seriam penalizados por atrasos quando saíssem à procura de banheiros. A empresa também foi punida por não fornecer água corrente, papel higiênico e sabonete em algumas estações durante o período de seis anos.

Robert Duncan foi eleito o Motorista do Ano de 2013 da Metro
Robert Duncan foi eleito o Motorista do Ano de 2013 da Metro Foto: Reprodução/ Facebook

 

Segundo informações do Daily Mail, no período de um ano a empresa King County Metro Transit teve que trocar 60 assentos de motoristas que estavam encharcados de urina. Por não oferecer locais e tempo suficientes para que os profissionais usem o banheiro, o grupo foi condenado a pagar uma multa de US$3,5 mil.

O Seattle Times ainda ressalta que os motoristas podem colocar os passageiros em risco e perder o controle da direção por segurar a vontade de urinar, além de causar danos ao rins e sistema digestório. "Temos motoristas que estão grávidas e ainda dirigem. Você sabe o quanto a gravidez pressiona a bexiga. Temos homens com 60 anos ou mais. Não podemos mais aturar isso", disse o motorista Hal Poor à revista Crosscut.

Foto: Reprodução/ Facebook

A empresa prevê que os profissionais tenham um intervalo de 15 minutos a cada cinco horas além de parar por cinco minutos entre cada viagem. "Como podemos garantir o intervalo de 15 minutos se você fica 12 minutos atrasado (por causa do trânsito)? Isso está nos documentos, mas, se você ficar preso em um engarramento, não significa que terá esse direito", completou.

Para o gerente geral da Metro, a condenação foi um alerta. "Não vejo isso como uma falha de programação ou gerência. Aprendemos conforme as pessoas nos mostram assuntos que nos desafiam", comentou. Além da multa, a empresa terá que propor um plano para resolver o problema até o fim do ano.