Instalação de câmeras em ônibus metropolitanos de SJP reduz crimes em 95%

Implantação começou em 2011, desde então, a média do número de ocorrências policiais caiu de 40 mensais para 2
 
Uma bandeira que os motoristas e cobradores têm defendido como solução para diminuir a criminalidade já tem se mostrado funcional em algumas regiões de Curitiba. Desde 2011, as linhas metropolitanas entre Curitiba e São José dos Pinhais fizeram a instalação de câmeras de segurança. E os números mostram os resultados. O número de crimes como assaltos e arrastões diminuiu em 95%, chegando em alguns meses, a zero.
 
Segundo dados da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da Auto Viação São José, a instalação dos equipamento de vigilância reduziu o número médio de ocorrências policiais de 40 por mês, em 2011, para média de duas, em 2017. “A redução foi gradual, mas efetiva”, afirma Pico Pereira, integrante da Cipa há 17 anos.
 
A Auto Viação São José foi a responsável por todo o financiamento da instalação, e criou também um departamento interno para fazer o monitoramento com transmissão das imagens. Hoje, quando acontecem as ocorrências policiais, as imagens vão imediatamente para investigação da Polícia Civil. “Já ocorreram várias situações de capturar marginais com o sistema, ajudando na solução do crime”, conta Pereira.
 
Histórico
 
A instalação das câmeras começou nos ônibus ligeirinhos que iam para o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em 2011. Em 2012, a Lei Municipal de SJP nº 1.975/2012 impulsionou a colocação do equipamento de vigilância dentro de todos os veículos de transporte coletivo. Hoje, praticamente todas as linhas da empresa contam com os ônibus.
 
“Além de reduzir o número de assaltos e arrastões, as câmeras possibilitam a prevenção de furtos, atos de vandalismo e violência, que ponham em risco a segurança dos trabalhadores e usuários do transporte coletivo”, afirma o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira. 
 
Já em Curitiba, instalação das câmeras de segurança é Lei, mas não é cumprida
 
Desde 2011, Curitiba também tem lei municipal (nº 13.885/2011) que exige a instalação de câmeras de segurança dentro dos veículos. Seis anos atrás, o impasse ficou em torno da responsabilidade de quem bancaria o custeio das câmeras: o poder público ou as empresas de transporte. “Agora, com a situação chegando no nível que está, sentimos que podemos sair desse impasse e chegar a uma solução, de modo que as câmeras sejam instaladas”, avalia Teixeira.
 
Confira as linhas metropolitanas da Auto Viação São José
 
I20 COLOMBO / SÃO JOSÉ
E01 CURITIBA URANO VIA AV DAS TORRES
E03 CURITIBA/AFONSO PENA - Via BR 277
E05 CURITIBA / S.J. DOS PINHAIS VIA AV. DAS TORRES
E07 TERM. CENTRAL SÃO JOSÉ / TERMINAL BOQUEIRÃO - LIGEIRINHO
E11 TERMINAL AFONSO PENA / TERMINAL BOQUEIRÃO
E21 TERMINAL BOQUEIRÃO – CENTRO SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
E32 AEROPORTO/TERMINAL BOQUEIRÃO
E67 CURITIBA / BRAGA - VIA OURO FINO
E68 QUISSISSANA CURITIBA VIA AV. DAS TORRES
 
Em Porto Alegre, número de arrastões caiu 80% após a instalação das câmeras
 
Desde 2015, a cidade de Porto Alegre possui um sistema de monitoramento nos veículos da frota. As câmeras foram instaladas progressivamente e, até deste ano, 100% dos 1,7 mil ônibus estarão equipados. Neste período, o número de arrastões diminuiu em até 80%. 
São quatro câmeras internas e seis nos veículos articulados, com visão noturna e alta definição. Segundo Sandro Abbade, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre, “motoristas, cobradores e passageiros notaram a diferença e se sentem mais protegidos”. 
 
Segundo Abbade, o monitoramento é feito pelo Centro Integrado de Comando (CEIC), que leva profissionais de mais de 20 segmentos da segurança da cidade. Todas as ocorrências gravadas são encaminhadas à polícia com mais agilidade e anexadas aos boletins de ocorrência com maior praticidade.
 
Em Belo Horizonte, câmeras reduziram arrastões em 90%
 
Desde de 2013, a capital mineira filmado 24 horas por dia tudo o que ocorre dentro dos ônibus urbanos. E a instalação garantiu uma redução no número de assaltos e arrastões que chega a 90%.
 
São cerca de 14 mil câmeras, quatro em cada um dos veículos. As imagens gravadas podem ser visualizadas a qualquer momento nas garagens das viações e no centro de controle operacional do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH).
 
São 16 painéis e 54 monitores ligados a 18 estações de trabalho. É possível acompanhar em tempo real toda a movimentação dos coletivos nas ruas. Além da instalação das câmeras, o Sistema In­­teligente para Ônibus (Sitbus) conta com aparelhos de GPS, computadores de bordo, rede de internet e botões de emergência. 
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