Motoristas e cobradores fazem passeata e pedem que Prefeitura retire Lei do Desemprego

A passeata é mais uma das ações que o Sindimoc está promovendo em defesa do emprego de 6.000 cobradores

Nesta terça-feira (13), o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) liderou uma passeata de trabalhadores que partiu da Sede da entidade até a Prefeitura Municipal de Curitiba. Lá, entregaram ofício solicitando a retirada do projeto de lei que tem como objetivo liberar a bilhetagem eletrônica em todo o sistema do transporte coletivo, causando a demissão 6 mil cobradores e uma perda de 212 milhões de reais/ano na economia local, conforme apontamento do Dieese. 

O ofício ressalta os impactos sociais e econômicas que tal projeto de lei poderia causar. Já que o recurso, que hoje é destinado a pais e mães de família, trabalhadores do Transporte Coletivo, deixaria de girar nos comércios da sua região, gerando impactos em “efeito cascata”. Também as famílias desses trabalhadores sofreriam com a aprovação da medida – calcula-se que 24 mil pessoas seriam diretamente afetadas. 

No documento ainda é rebatido o argumento de que o transporte coletivo teria mais agilidade e qualidade, fato que tem sido refutado de acordo com levantamento feito pelo Sindimoc em cidades que já extinguiram a função do cobrador. Nelas há uma reclamação generalizada de queda na qualidade e o preço, embora tenha caído no início para adoçar a opinião pública, volta a subir a patamares ainda maiores.

“Quanto à segurança no transporte coletivo, já é evidente que hoje os bandidos têm como objetivo o furto de celulares e pertences, não necessariamente do caixa. Vemos isso nos arrastões. O foco, infelizmente, é no usuário e isto não muda com a saída dos cobradores”, lembra Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc.

Transporte moderno é transporte de qualidade e não há nenhuma comprovação de que a retirada do cobrador confere mais qualidade ao transporte, ao contrário, perde e muito na questão do atendimento e da informação aos usuários”, diz o documento.

“Em um cenário de crise econômica, é inadmissível um projeto de lei que cause a demissão de 6 mil trabalhadores, o que equivale a praticamente 3 montadoras. Precisamos de medidas que gerem emprego e confiamos na sensibilidade do prefeito no sentido de rever e fazer a retirada do projeto”, completa Anderson. 

Próxima ação
A passeata de hoje foi uma decisão tomada em assembleia dos trabalhadores na última quinta. Nessa assembleia, os trabalhadores também aprovaram o indicativo de greve: se o projeto for pra votação, haverá paralisação total e por tempo indeterminado.
    
A próxima ação será um ato na Câmara Municipal de Curitiba agendada para o próximo dia 20. Além disso, grupos de trabalhadores também estão fazendo corpo a corpo junto aos vereadores, no sentido de buscar o diálogo e conseguir apoio contra a Lei do Desemprego.  

Leia na íntegra a carta entregue ao Prefeito Rafael Greca.