Empresas de ônibus não pagam adiantamento quinzenal e Sindimoc realiza assembleia

Motoristas e cobradores da CCD e Tamandaré Filial aprovaram indicativo de greve

As empresas de ônibus de Curitiba CCD e Tamandaré Filial não realizaram o pagamento do adiantamento quinzenal, que deveria ter ocorrido na última quarta-feira, 20 de janeiro. Desta forma, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) realizou na madrugada desta quinta (21) uma assembleia com os trabalhadores de ambas as empresas, em que foi APROVADO indicativo de greve.

Após várias empresas comunicarem aos trabalhadores que não iriam realizar o pagamento do adiantamento salarial, a Diretoria do Sindimoc vinha trabalhando com todas para que o pagamento fosse realizado até a data limite, no dia 20 de janeiro. Entretanto, duas empresas de Curitiba não cumpriram a obrigação, prevista na Convenção Coletiva de Trabalho. O vale é essencial para muitos trabalhadores, que já possuem contas programadas para essa época do mês e que agora sofrem com multas e juros.

Vale

Para o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, o não pagamento do vale é algo grave e prejudicial aos trabalhadores. “Após diversas denúncias realizadas, a nossa Diretoria foi atrás para garantir que as empresas cumprissem a sua obrigação. Infelizmente apenas duas de Curitiba deixaram os trabalhadores, que têm contas vencendo hoje, na mão”, afirma Teixeira. “Os trabalhadores deram o recado: ou paga ou é greve”, diz.

"O Sindicato atuou intensamente para que as empresas buscassem todas as alternativas para o pagamento do vale na data correta. Conseguimos que praticamente todas as empresas pagassem o vale na data de ontem, no entanto as empresas de ônibus de Curitiba CCD e Tamandaré Filial não realizaram o pagamento do adiantamento quinzenal. Desta forma, o Sindimoc aprovou o indicativo de greve, que poderá ocorrer no fim do prazo das notificações legais", explica Teixeira.

Em dezembro, a Câmara Municipal de Curitiba aprovou a prorrogação do custeio emergencial ao transporte coletivo da cidade. De acordo com a lei, o pagamento de parte dos custos das empresas, como repasses para salário, plano de saúde, cesta básica e seguro de vida dos trabalhadores estariam garantidos pela prefeitura da capital. Entretanto, muitas empresas têm atrasado o pagamento de benefícios aos trabalhadores, situação que vai no sentido contrário ao que propõe a lei enviada pelo Prefeito de Curitiba, Rafael Greca, em abril de 2020.

Mesmo com a pandemia, os trabalhadores do transporte coletivo continuaram trabalhando, transportando milhares de pessoas todos os dias, entre elas profissionais de saúde, de segurança, de limpeza, entre outros. A nossa categoria merece não só o pagamento dos seus direitos, mas também respeito por parte dos empresários, que estão recebendo recursos da prefeitura, e do prefeito, que parece não enxergar a realidade dos trabalhadores.

Veja abaixo o vídeo do presidente Anderson Teixeira sobre a situação.

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