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Um drama cotidiano

Um drama cotidiano

Ameaças a motorista e cobradores são uma triste realidade da profissão / Fábio Matavelli

Imagine, você trabalha todos os dias realizando uma tarefa difícil e acaba sofrendo algum tipo de trauma, como um assalto, por exemplo, e não recebe nenhum tipo de auxílio e ainda sofre constrangimento por isso. Essa é a realidade de centenas de funcionários do transporte coletivo de Curitiba e região.

Ultimamente trabalhar no transporte público tem sido uma tarefa cada vez mais difícil. Além dos eventuais atrasos de pagamentos, tentativas de corte de direitos e riscos da profissão, o trabalhador ainda tem de enfrentar o descaso das empresas em situações pós traumáticas.

Um trabalhador nos informou o que têm acontecido dentro das empresas, casos de negligencia e constrangimento, que tem deixado os trabalhadores indignados. É cada vez mais frequente os assaltos a linhas de ônibus de toda Curitiba, e não apenas os passageiros sofrem com isso, mas os motoristas e cobradores também.

"Venho informar que têm acontecido coisas que tem deixado a gente indignado, principalmente dentro das empresas. Com frequência, têm acontecido assaltos nas linhas de ônibus de toda Curitiba, mas o problema é que estamos sob uma pressão muito grande. Somos assaltados e temos que continuar a nossa rotina como se nada tivesse acontecido. Como se fosse normal, na nossa rotina de trabalho, uma arma ser apontada para a nossa cara.  A empresa fica sabendo do que aconteceu, mas nos diz para continuar, porque não há ninguém para substituir e a frota não deve parar de rodar. Eu concordo! Mas depois que você é ameaçado e tem uma arma apontada para a sua cara, em que tipo de condições psicológicas o cidadão fica? Além disso, quando procuramos ajuda no departamento responsável, falta ética e educação do pessoal que deveria nos ajudar."

Trabalhador Anônimo

Além do stress sofrido durante o roubo, os motoristas e cobradores são pressionados pelas empresas. Os trabalhadores passam por uma situação de risco, onde são ameaçados e até agredidos, e mesmo assim as empresas não atendem aos pedidos de afastamento temporário ou a trocas de linha ou horário.

Para atender a uma demanda, certamente os ônibus não podem parar de circular e nem aos trabalhadores ser permitido ficar afastado por muito tempo, mas deve haver compaixão por parte das empresas. O drama dos trabalhadores vítimas de assalto não termina por aí. Quando vão realizar denúncias ou buscar auxílio são tratados de maneira rude e até constrangedora por aqueles que deveriam ajudá-los.

Estamos falando de pais, mães, tios, tias e até avós que tem a sua condição emocional menosprezada em nome do lucro, afinal segundo a lógica do mercado, trabalhador parado não dá dinheiro.

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